domingo, 8 de abril de 2007

A História do MS-DOS

A História do MS-DOS


1) Introdução

Um sistema operacional é fundamental para que se possa operar um computador, seja ele do tipo Mac, PC ou um complexo servidor de rede. Ele representa o "tradutor" da linguagem de máquina para outra mais compreensível às pessoas sob a forma de comandos escritos e desenhos representativos.

Por exemplo, ao digitar uma palavra no seu editor de texto, códigos são gerados a partir de circuitos elétricos no teclado e enviados ao computador onde será "perguntado" ao sistema operacional que está na memória o que é, para que e para onde vai aquele código. Os circuitos eletrônicos do computador já dirão ao sistema que se trata de códigos de teclado ficando a seu cargo dizer que letras são, conferir com o editor de texto se não se trata de algum comando (como exibir, salvar ou imprimir o texto) e mandá-los à placa controladora de vídeo que o fará aparecer na tela da forma que o editor determinar ao sistema operacional. Tudo isto, sem muitos detalhes, é uma pequena amostra do que ocorre dentro do seu computador, em milésimos de segundo, tendo como importante intermediador o sistema operacional, lembrando que todo este processo é válido tanto para os antigos sistemas como para os atuais como o Win95, MacOS, WinNT, Novell, Unix e o OS/2.

De certa forma, ele não passa de um programa como os outros: tem linhas de código , mensagens de erro, comandos e ícones diversos (alguns até um pouco incompreensíveis), penduricalhos inúteis e de vez em quando - aliás, freqüentemente - deixa-nos de cabelo em pé com suas "travas" misteriosas. Porém, o DOS tem uma peculiaridade: ele rege o computador, é ele quem diz aos outros programas onde está e em que local gravar determinados dados anotando onde eles estarão para futuras leituras, o que fazer quando algo ocorre fora do previsto, administrar os recursos da máquina, gerenciando prioridades solicitadas por diversos programas quando rodam ao mesmo tempo (multitarefa), comandando o uso da memória RAM, e fazer a manutenção e configuração de todo o hardware. Por isso não podemos fazer com ele o que fazemos com os outros programas comuns, que só dão dor de cabeça: jogar no lixo.


2) Um pouco da história do computador

Para entender melhor o porquê da existência e evolução do DOS, vamos ver como nasceram os computadores da linha PC - Personal Computer.

Os primeiros computadores eletrônicos construídos utilizavam válvulas elétricas, ou seja, toda as operações a serem executadas neles eram definidas via placas de circuitos, cartões ou fitas perfuradas, fios e conexões que se trocavam , modificando (ou configurando) o comportamento e o modo pelo qual a máquina ia operar. A este ato chamou-se programar; também surgiu o termo bug, quando um inseto adentrou nos circuitos da então gigantesca máquina provocando curtos elétricos e deixando os operadores confusos com o comportamento anormal do computador. Hoje, o termo bug é utilizado para designar pequenas falhas em softwares, que vão de pequenas perturbações até prejuízos graves. Nesses primeiros passos, foi definido por John Von Neumann a síntese de qualquer operação eletrônica, empregada até hoje tanto em computadores como em quaisquer aparelhos: unidade central de processamento e dispositivos de entrada e saída dos dados

Com a invenção do transistor e a conseqüente redução dimensional dos computadores, ficava impraticável soldar e trocar componentes e jumpers (conexões e fios) freqüentemente, então criou-se um meio de enviar comandos e modificações sem mexer no circuito através de envio seqüencial de "zeros" e "uns" (sem tensão e com tensão, respectivamente, para representar a linguagem binária) que, aplicados a determinados pontos do circuito, mudavam seu comportamento.

Algum tempo depois foram criadas as linguagens de máquina (ou de programação) como Assembly, Fortran, Pascal, Cobol, porém a que ficou mais famosa foi a linguagem Basic, devido à associação dos comandos a termos em inglês, facilitando seu uso. Mas esta, necessitava de interpretadores, o que variava de um para outro modelo de computador, prejudicando a sua difusão.

Somente grandes empresas, devido ao alto custo, começaram a utilizá-los para cálculos complexos de engenharia, estatística, armazenamento e cruzamento de dados e, na Segunda Guerra Mundial, o governo americano na decodificação de códigos secretos nazistas. Nascida em 1924, se consolidava a pioneira IBM (Internation Business Machiness Corporation) cuja liderança tecnológica poderia ter durado muito tempo, mas não foi o que aconteceu.

Criada por dois estudantes universitários (um deles Steve Jobs) para disponibilizar as facilidades do computador além do uso de grandes empresas, a Apple foi fundada no final década de 60 revolucionando o mercado e plantando a semente para o que viria a ser PC. Nele já tinha gravado um Interpretador Basic, por meio do qual você escrevia os programas que precisava ou os carregava de uma fita cassete para a memória. Era um teclado com os circuitos principais embutidos que você ligava numa TV comum e podia conectar cassetes ou drivers de disquetes.

Existem, ainda hoje, discussões pouco conclusivas de que a idéia original do Computador Pessoal (PC) era da IBM antes do aparecimento da Apple, mas não foi levado adiante pela empresa por já dominar o mercado de computadores ou por achar que não era a hora.

O projeto, especificamente do PC, consistia numa máquina "sem alma", sendo esta dada por um programa (o DOS) que faria seu controle de acordo com o que o usuário determinasse. Era basicamente monitor, gabinete com microprocessador e outros circuitos, teclado e impressora, podendo estar em qualquer escritório para uso próprio, por isso chamado computador pessoal (PC), mas não se pensava ainda no uso doméstico.

A Apple dominava o mercado de computadores pessoais com seu Apple II - que não podia ser copiado e programas para ele só poderiam ser feitos sob a batuta dela. Enquanto isso, a IBM continuou não apostando na possível potencialidade do PC, e antes de o concluir, tornou público sua arquitetura no final da década de 70, permitindo a qualquer pessoa copiá-lo ou desenvolver softwares para ele. A intenção era terceirizar a finalização do projeto de cada um de seus componentes. Esta atitude provocou um boom no mercado: com muitos querendo suas facilidades e muitos dispostos a fabricá-lo e mesmo sendo inferior tecnologicamente ao Apple II, se espalhou depressa tornando-se em pouco tempo o computador mais usado no mundo, devido a seu baixo custo, em função da concorrência criada com a difusão de sua arquitetura.

Durante esta explosão, a Apple criou o Macintosh (ou Mac), baseado no projeto original do PC, contudo lhe deu mouse, interface gráfica , uma "lixeira" para guardar arquivos apagados e integrou monitor, gabinete e drivers, num único compartimento, enfim, um total avanço sobre o PC. Hoje ele é muito usado no setor doméstico - devido a compatibilidade chegar a 100%, sendo tudo a partir de um fabricante só (ou licenciados pela Apple para tal), permitindo total estabilidade operacional - e em maior escala nas estações gráficas para produção de efeitos visuais; mas o PC ganhou terreno comercial na área de softwares, permitindo uma variedade grande de programas para ele, inclusive do próprio DOS. Atualmente, a Apple não "andou" muito bem em termos de venda de seus modelos de micros pessoais mais recentes, precisando de uma ajuda financeira da própria rival (M$) para se reerguer.


3) O DOS e seu passado

Como fazer aplicativos para uma máquina que ainda não existe? Durante o projeto do 8080, em 74 a Intel teve esse pequeno problema, por isso, pensou em montar um emulador para que eles fossem feitos em computadores de grande porte como se estivessem naquele. Mas numa espécie de improviso para montar uma linguagem no próprio 8080, Gary Kildall pegou o microprocessador, um punhado de memória, um drive de 8’’ e um monitor e criou o CP/M (Control Program/Monitor), e com esta pequena receita fez um sucesso entre os fanáticos por eletrônica e fundou a Digital Research para comercializar seu sistema de controle.

Ao mesmo tempo uma outra empresa desenvolveu o Altair 8800 que foi capa de uma revista de eletrônica lida por Paul Allen, colega de um estudante de economia em Harvard, que após alguns instantes de reflexão, percebeu que a tendência da informática era se popularizar. Seu nome é William Gates III (Bill Gates). Eles começaram a desenvolver aplicativos para o Altair e para o CP/M e fundaram a Microsoft.

No início da década de 80, a Apple avançava com um apetite voraz no mercado de computadores impulsionada pelo VisiCalc , pois uma planilha eletrônica rodando em um microcomputador de baixo custo era o sonho de consumo das grandes empresas. A IBM sente a liderança ameaçada e resolve reagir com o PC. Mas já era tarde, sua arquitetura já estava liberada. A solução foi assumir o controle do sistema que iria operar o PC.

"O primeiro passo foi encontrar um sistema operacional e a escolha óbvia era o CP/M, da Digital Research. Por algum motivo, a IBM achava que o CP/M era um produto da Microsoft, mas - vejam só - Bill Gates indicou o caminho certo. Num gesto que ficou famoso, Gary Kildall esqueceu-se de que tinha uma reunião com a IBM e passou a tarde pilotando seu teco-teco. A Big Blue foi recebida pela mulher de Kildall, Dorothy, que se recusou a assinar o termo de confidencialidade e o pessoal da IBM voltou à MS." (Ricardo Rangel, Informática etc)

E assim, a IBM contratou os serviços da Microsoft para criar um software que controlasse o PC (com o escolhido processador da Intel 8086) sem depender do Interpretador Basic e que pudesse rodar programas prontos. Já haviam outros sistemas operacionais mais simples, tanto que a M$ adquiriu os direitos do QDOS (Quick and Dirty Operacional System), desenvolvido em cima do CP/M, fez modificações e foi rebatizado para MSDOS (Sistema Operacional com Discos Microsoft). Necessitava de pelo menos um drive de disquete onde o sistema era armazenado para ser lido e enviado à memória de onde controlaria a máquina e executaria os programas que ela recebesse.

Os primeiros programas a rodar no IBM-PC lançado em 81, sem recursos gráficos, era um editor de texto - EasyWrite - e o próprio VisiCalc! Mas o sucesso mesmo veio graças a Mitch Kapor, criador da planilha eletrônica mais famosa da história da informática: a 123, da Lotus. Com isso o PC se consolidou e tirou a liderança da Apple. A M$ tentou comprar a Lotus na época, mas esta se recusou. Uma década depois, ela foi comprada pela IBM por não agüentar a concorrência com a Microsoft.

Terminado o contrato com a IBM, a Microsoft propôs a todos os fabricantes de PC um valor irrisório pelo uso do MSDOS em suas máquinas saídas de fábrica, transformando-o em padrão, deixando em segundo lugar o PCDOS, da IBM, criado depois do fim do acordo entre eles.

As versões foram surgindo a medida que o PC evoluia e seus microprocessadores da Intel (XT, 286, 386, 486 e Pentium):

1.0 - Eram poucos comandos (alguns hoje extintos ou modificados), visava mais a manipulação de arquivos no disquete como: Format, Dir, Wtdatim (ajustava a data e a hora), Gwbasic, Sys, Ren, Keyb, Exit, Del, Copy, Diskcopy, Edlin(editor de texto), Chkdsk;
2.0 - Surge em função da necessidade de se distribuir arquivos em agrupamentos (diretórios, baseado no UNIX, um antigo sistema operacional de computadores de rede) num mesmo disquete - CD, MD, RD - e protegê-los (Backup, Attrib, Recover), passou a ter comandos para interferir mais afundo no comportamento da máquina em relação ao softwares (Mode, Graftabl, Fdisk , Citty, Command, Break, Prompt, Print) e um protetor de tela(Cls);
3.0 - Surgiu por volta de 84, teve maior tempo de vida (principalmente a 3.3), com poucas modificações para corrigir bugs da versão anterior, porém mais comandos de controle e configuração proporcionavam uma boa otimização do computador.
4.0 - Conhecido como o desastre de toda a série, não por totalmente sua culpa. Foi feito pela MS às pressas para concorrer com o DRDOS 4.0 (da Digital Research), numa época de transição do XT para o AT (286) e o nascimento de programas "comedores" de memória como o Windows e o Corel Draw. Surgia também os drivers de 31/2 polegadas de alta capacidade, HDs maiores e periféricos como Scanners e canetas óticas. Resumindo, era uma época de indefinições que provocava constantes "travas" no sistema e no computador. Surgido em 88, durou pouco menos de 2 anos. Talvez, o primeiro a chegar no Brasil traduzido para o português com duas curiosidades: nas respostas que exigia s ou n (de sim ou não) só funcionava o sim se teclasse o y (de yes); outra era a palavra help, traduzida para socorro (argh!), culpa de má tradução.
5.0 - Com a consolidação do Windows 3.0 em 90, foi absolutamente necessário quebrar a barreira dos 640Kb de memória RAM, feito conseguido pelo DRDOS 5.0 que ganhava uma interface gráfica própria e incorporava comandos para desfragmentar o disco e outros. Algo realmente novo, esboçando intimidade com o 386 e o 486, primeiros da linha PC a possuir 32 bits.
Tudo parecia promissor para o DRDOS se não fosse a MS anunciar para deus e o mundo que o Windows 3.0 não seria compatível com ele. Realmente aconteceu: ao instalar o Windows sobre o DRDOS ele emitia a seguinte mensagem "O Windows não pode rodar com esta versão de DOS. Por favor, contate o revendedor.". Um golpe fatal ao progresso do DRDOS, pois ninguém estava disposto a ficar sem o Windows. Corre nos EUA, ainda, um processo na Justiça, por alegação de práticas comerciais monopolistas e desonestas por parte da MS.
6.0 - Com este suposto golpe comercial a MS tira o DRDOS do páreo, compra os direitos de utilitários como o PCTools e incorpora seus comandos no sistema. Ele passa a ter um "editorzinho" de texto, um gerenciador de arquivos parecido com o do Windows, gerenciador de memória, um antivírus, um protetor de arquivos apagados e melhora sua relação com todo o hardware. Sem contar que é praticamente uma ponte para se rodar o Windows em paz.


4) A metamorfose do DOS e o fenômeno Windows

Com o Mac, o mundo PC tremeu. O DOS e sua linha de comando com fundo preto se tornaram o patinho feio da computação, todos exclamavam: NÓS QUEREMOS ÍCONES!!!. A verdade é que ler um livro de 200 páginas do MSDOS só para digitar um texto ou rodar um jogo, ou mesmo copiar um agrupamento de arquivos com um comando de parâmetros extensos, é uma coisa, no mínimo, desestimulante. A Apple tinha percebido isso antes e mudou o modo de se trabalhar no computador, tornando-o mais familiar, mais domesticado.

Ameaçados, a IBM em parceria com a Microsoft, esboçaram um meio para substituir o PCDOS e o próprio MSDOS e no final da década de 80, nascia o OS/2, sistema operacional que prometia o que mais tarde a MS copiou para o Windows 95: uma interface intuitiva, você sem saber nada de computador, saberia o que fazer. O que saiu errado no início foram algumas diferenças ao lidar com arquivos e o setor de boot e FAT dos discos rígidos e disquetes em 32 bits no tempo em que todos os softwares se encontravam em 16 bits, provocando alguns conflitos com programas muito usados como o Windows, Word, Corel Draw, XtreeGold, Lotus 123, entre outros. Além disso, era lento e precisava de 4Mb de memória RAM para funcionar, um absurdo para época. Sua última versão tem uma boa aceitação pelos seus poucos "fãs", sendo considerado mais estável que o Win95.

O Windows é mais velho do que muita gente pensa. Ele surgiu praticamente junto com o MSDOS 2.0, e sua tela era parecida com o DOSShell. Somente depois que em sua segunda versão incorporou facilidades que o sistema operacional do Macintosh tinha - como a interface gráfica, o uso do mouse e ícones de programas - é que cresceu.

Outra vantagem era com relação a memória: os programas que rodam em DOS, precisam, de qualquer jeito, rodar (pelo menos uma parte) dentro dos primeiros 640Kb, de memória RAM (chamada de memória convencional), onde o próprio DOS precisa ficar armazenado. Você pode ter até mais de 32Mb de memória, mas se o programa for para DOS e exigir mais de 540Kb livres, você não conseguirá executá-lo. No entanto, dentro do Windows, isso era possível, pois ele fazia os programas rodarem na parte acima dos primeiros 1Mb.

Mas a maior ajuda que o Windows teve foi da Corel, que fez o Corel Draw - programa até hoje largamente usado para produções gráficas - rodar somente dentro dessa interface aproveitando todos esses recursos novos, que a partir do DOS era impossível. Até hoje a Microsoft é grata por esse "singelo favor", tanto que nunca desenvolveu programas de produções gráficas para concorrer diretamente com a Corel Corporation. Somente na versão 3.0 ele passou a ser multitarefa: rodar vários programas simultaneamente (travando todos ao mesmo tempo :) ).

Por tudo isso, todos aqueles programas que resistiram e não entraram logo na janela, foram engolidos por ela. Foi o caso do PCTools, WordStar, Word Perfect, Lotus 123 e do modesto Carta Certa. O Word (da própria MS), se tornou o padrão mundial de editor de textos (e carro chefe da empresa) pois foi um dos primeiros a se tornar "for Windows", abrindo caminho assim, para que a Microsoft investisse em outros programas (Excell, Access, Publisher, Internet Explorer) adquirindo características de seus agonizados concorrentes (123, Dbase, Page Maker e Formax, Netscape Navigator, e outros). Uma das únicas empresas que sobreviveram a esse "tiroteio" comercial, foi a Symantec, de Peter Norton que fazia utilitários para DOS e hoje se dá muito bem fazendo utilitários para o Windows.

Ainda assim, o DOS não conseguia fazer duas coisas: usar os 32 bits em sua totalidade e rodar mais de um programa ao mesmo tempo. O Windows mal simulava essas facilidades, mas enquanto tivesse que depender do DOS, isto não seria possível. Então Bill Gates prometeu para 94 um novo conceito de sistema operacional, que na verdade não passava de cópia da Interface gráfica do Macintosh, das vantagens e facilidades do OS/2 e do Windows, mas com a alma do DOS por trás dos panos comandando a festa.

Então, com praticamente 2 anos de atraso, o Windows 95 nasce em meio a grandes badalações comerciais para tirar definitivamente do mercado a dupla "MSDOS 6.22 e Windows 3.11", conseguindo isto gradativamente, a medida que todos os outros programas vão migrando para a nova janela de 32 bits. Mas ele está looonge de ser uma unanimidade. Por quê?

O Win95 faz alguns ajustes independentes, o chamado Plug&Play cuja finalidade seria ligar componentes e usar, o DOS faz o resto para você, no máximo, fazendo-lhe meia dúzia de perguntas, ainda não funciona bem dessa forma. As mensagens de erro se tornaram mais sádicas e menos esclarecedoras para os leigos como "uma falha geral de proteção", "erro fatal", etc. E o processo de boot ficou muito extenso, terrível para um sistema operacional que costuma travar a máquina muitas vezes. Outro fator de repúdio ao "Ruindows", é simplesmente... o repúdio! Muitas pessoas não gostam dele por achar que antes eram felizes e não sabiam ou que é absolutamente desnecessário gastar-se linhas de código, tempo e dinheiro com cursores animados, tela rebuscada e outras "frescuras".

Mas nem tudo são espinhos, suas vantagens são: certa estabilidade com programas mal comportados, menu com os programas em operação, esteticamente mais organizado, poder de personalização da tela e da área de trabalho possibilitando que ajustes pessoais deixe o computador de forma mais atraente e funcional para o usuário, funciona autenticamente com os 32 bits e... é bonitinho. E além do mais "É um domínio quase completo, do qual bem poucos conseguem escapar. Freqüentemente, os mais azedos queixumes contra a turma de Redmond são escritos no... Word." (Informática - Exame) Ou seja, não temos (talvez, por enquanto) uma opção ao Windows.

Hoje o DOS tem este semblante (de Windows), mas como em informática nada dura para sempre, o DOS (ou Win95) deve mudar novamente para atender um novo desejo mundial: NÓS QUEREMOS INTERNET!!!.



5) O futuro (presente) das brigas pela hiperconectividade

O DRDOS foi comprado pela Novell e depois pela Caldera, empresa que a MS também comprou briga graças ao Windows NT. Isso despertou a ira da Caldera que realizou um ato, talvez, relevante: liberar para todo mundo, via Internet, todo código-fonte do DOS. As repercussões disso são meras especulações, a intenção é incentivar a origem de novas plataformas operacionais, mas uma nova geração de vírus ou DOS a preços de banana para usos específicos, são coisas possíveis.

A Corel Corporation comprou o Word Perfect e criou uma suíte de programas no mesmo estilo do Office, porém, aliada à Netscape, possibilita boa relação com a Internet e melhor: com baixo preço para se formar um grupo de fiéis usuários. A M$ não viu isso com bons olhos e prometeu fazer um software para entrar na briga Corel X Adobe, derrubando os dois coelhos de uma vez.

Baseado no Unix e com um esforço mundial, o Linux (criado em 91 pelo finlandês Linus Torvalds) vem se mostrando uma opção de sistema operacional, com uma vantagem que está ficando essencial: a multiplataforma, ou seja, roda num PC, num Mac e num servidor de rede. O mais interessante é que ele está ganhando terreno em áreas acadêmicas e em grandes corporações, sem ter um fabricante por trás. O que sustenta a eficácia do sistema (mesmo sem suporte técnico) é a união em prol da liberdade de escolha (e da volta da linha de comando), fazendo o papel de assistência àqueles que venham a ter problemas ou dúvidas pelo mundo inteiro, cujas soluções o enriquecem ainda mais.

Java é uma figura fácil para quem navega pela Internet e até é comum se fazer a pergunta: "Por que sua imagem está associada a uma xícara de café?" Na verdade esta linguagem de programação (semelhante a C) foi inventada para se controlar... eletrodomésticos! Cada qual com seu pequeno microprocessador, de qualquer fabricante, controlados por um computador central. É só imaginar uma casa high tech: assim que o despertador toca, ele envia um comando para acender algumas luzes e ligar a cafeteira; enquanto você escova os dentes, o seu notebook lê as notícias do dia e trás suas correspondências via e-mail. Isto só será possível se o sistema operacional (não travar, evidentemente) conseguir rodar em vários ambientes sem precisar de um emulador ou que todos esses sejam perfeitamente iguais. É o caso da linguagem Java pela Internet, que por sua vez, é composta por máquinas de tecnologias muito diferentes e precisa rodar da mesma forma.

E isso está dando origem a uma nova briga: "Qual será o bule que vai encher a xícara?" Em outras palavras, quem será o responsável pela padronização mundial da linguagem? Por enquanto a Sun vem ganhando esse direito contra a MS, que pretende fazer a sua janela falar javanês o mais breve possível.

Durante a década de 60, no auge da Guerra-Fria, o governo americano imaginou um jeito para que todas as suas bases militares mantivessem contato mesmo depois de um forte bombardeio. O que eles não imaginaram, é o forte uso comercial dessa rede (chegando a mais de 50 milhões de lares, trinta anos depois) e que esta guerra, daria lugar a outra pelo predomínio na Internet.

Em 94, apareceu uma tal de Netscape Communications com um browser para Web chamado Navigator, idealizado por Marc Andreessen. Sucesso total, é o mais recente fenômeno da história, surpreendendo a todos, inclusive o próprio Bill Gates. Se tratava de um software barato e que tornava a navegação pela rede muito mais agradável, chegou a ser mais usado que o próprio editor de textos Word! Um assombro para MS que parece ter esquecido da Internet no Win95.

A Microsoft, a principio, propôs a Netscape, o direito de uso do Navigator em troca de algumas linhas do código-fonte do Win95 para que o browser ficasse mais integrado ao sistema operacional, mas a Netscape se recusou e quatro anos depois não está mais suportando a concorrência. Ela cresceu rapidamente, o Internet Explorer mais ainda. Atualmente o mercado está dividido meio-a-meio só que a M$ está condicionando o uso do Windows a instalação de seu browser, graças ao chamado Desktop Ativo, ou seja, o seu computador passa a ser uma extensão da Internet, não fazendo mais diferença se você está nela ou não. Arquivos viram links, janelas viram browsers, os programas do Office falam html. Esse é o novo sistema operacional que pelo menos 50 milhões de pessoas querem.

Por causa desse condicionamento, o DOJ (Departamento de Justiça americano) está processando a Microsoft por concorrência desleal e por violação da lei anti-truste. Bill Gates se defende dizendo que um é parte do outro e esse processo é resultado da união da IBM, Sun e Netscape para derrubar o seu novo produto. Sua maior preocupação é "A Justiça americana (...) declarar o Windows uma facilidade essencial, conceito jurídico que obrigaria a empresa a permitir o acesso universal e não discriminante das softhouses ao sistema. (...). O domínio de informações cruciais para a criação de aplicativos sempre incomodou a concorrência." (Informática etc)

Mas está claro que daqui para frente o DOS que não for multiplataforma e ter uma relação integral com a Internet, estará liquidado. O maior problema da Netscape, talvez seja a falta de um DOS para se integrar, pois um bom browser ela já tem.

No ano em que saiu o Windows 98 que parecia ter acabados os problemas e reforçar ainda mais a ajuda de "assistentes" que nos guiarão para as soluções, como o que se tem hoje no editor de textos Word, na nova versão do Office e em outros programas muito vendidos da Microsoft. Promete também total integração com a Internet. Ah! Já ia me esquecendo, vai ficar mais bonitinho! Mas como beleza não põe mesa...

Contudo, por mais raiva que se cultive da Microsoft, ela acaba não se justificando. Hoje ela é a líder (com alguma competência mesmo, seus programas são inegavelmente superiores), mas amanhã pode deixar de ser. O que falta para o PC e o mercado doméstico são opções. Sem isso, ficaremos sempre subordinados ao que uma única empresa fizer. Mas se um Win95 incomoda muita gente, e dois, seria melhor? Mas a concorrência sadia é sempre mais construtiva, pois prevalece o ideal de que vença o melhor.


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